Em diversas vezes eu me pego a pensar em como Jesus era sábio ao usar parábolas para falar com aqueles que Ele sabia que não entenderiam se fosse direto, porque nos tais não há um coração aberto ainda para receber a palavra de Deus, mas, com Sua sabedoria, Ele conseguia fazer uso de exemplos cotidianos para ou de coisas prazerosas para os Seus ouvintes.
Isso me faz lembrar de quando estamos aprendendo uma matéria nova no meio acadêmico, quando lidamos com a teoria em si, algo novo para assimilar nem sempre aquilo fica fixado como um novo conhecimento dentro de nós, mas se fizermos uso de um exemplo de algo cotidiano ou assimilarmos a algo que costuma ser mais fácil de assimilarmos, com certeza acabamos fixando aquilo dentro de nós, não é verdade?
Assim também é com o evangelho, assim também com o evangelismo. Como podemos tentar forçar a alguém que não está familiarizado com a palavra de Deus, como fazê-la entender que aquilo que ela fez a vida toda é pecado e se ela não parar vai para o inferno? Creio eu que a melhor maneira é passar os conhecimentos da palavra de Deus e fazê-la entender que Ele nos ama não por merecimento, mas porque Jesus já conquistou esse amor para todos nós.
Quando Seus discípulos O perguntaram por que Ele falava por parábolas, Sua resposta foi eficiente e eficaz:
“Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.” (Mateus 13.11-13)
De nada adianta preparar todo um sermão para os que não estão familiarizados com a linguagem dos salvos que já sabem o que fazer e o que não fazer, um novo convertido ou até mesmo o que não é convertido ainda é como uma criança descobrindo um novo mundo e assim como temos paciência com as crianças presentes em nossas vidas, também devemos ter paciência com esses que estão engatinhando no conhecimento do mundo espiritual.
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.” (Mateus 13.44-46).
Comparar o reino dos céus a um tesouro que se é achado, é como podemos entender como a vida é maravilhosa ao lado do nosso Senhor, sabemos que existem aflições, mas temos a certeza do Seu amor para conosco e temos a certeza de que Ele nunca nos abandona. Ter Deus em nossa vida e a garantia de Seu amor eterno. Sua infinita misericórdia e ter Deus em nossas vidas significa ter a vida eterna ao Seu lado na glória, não mais dor, não mais pranto, então, convenhamos, uma vez que sabemos dos benefícios de servir a Deus, de sermos filhos Dele, de que vale uma vida insignificante como um reles mortal?
“O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 13.47-50).
Ver o mundo como o mar e as almas como peixes e nós mesmos como pescadores nos faz pensar em que nós lançamos essa rede, sim, lançamos a rede falando da palavra, dando testemunho com nossas próprias vidas e deixando claro para o mundo o amor de Deus revelado através de nós, mas nossa missão termina aí. É exatamente lançar a rede e cuidar do peixe que nela cai, a partir de então, deixar a parte de separar o bom do mau para o dia ideal e isso não cabe nem caberá a nós. Sem julgamentos, sem condenações, apenas lançamos a rede e cuidamos, evangelizamos e oramos e em oração entregamos a Deus para que Ele faça o resto.
